A TURMA DE IPANEMA antes do A¹5

odo mundo interessante; a musica, o cinema novo, as boutiques surgindo pouco a pouco, o comportamento despreocupado, a novidade da pilula, o Morro Pavão-Pavãozinho, só mato.
Eu morava na Visconde de Pirajá, perto da General Osório: o point. Havia o Jangadeiros, onde tem hoje uma galeria, as feijoadas do Zepellin aos sábados, o Veloso (hoje Garota de Ipanema). Em frente a minha casa morava a Nara Leão e o Cacá Diegues. O artista plástico Angelo de Aquino praticamente morava na minha casa, o cineasta Gilberto Loureiro, o artista plástico Renato Landim. O Fernando Gabeira morava em Copacabana, mas estava todo tempo possivel, em Ipanema. O Hugo Bidet (ficou com esse apelido pois colocou a feijoada no bidet do banheiro). Na varanda da minha casa, havia roleta aos sábados à noite. O bufet era cachorro quente e cerveja. Ninguem se importava de aparecer como celebridade . Era só diversão!
.Passavam por lá a Leila Diniz que era casada com o Domingos de Oliveira, o Pedrinho de Morais, fotografo, filho do Vinicius, a Aninha Magalhães, cineasta, o Zozimo Bubul, Antonio Pitanga e a mulher, grávida da Camila Pitanga. Era linda! O Glauco Rodrigues e sua primeira Norma. O grande pintor, teve 2 mulheres com esse nome. Não poderei enumerar todo mundo, mas as pessoas entravam e saiam. Num dia de ano novo, a melhor festa era do Jaguar. Demos uma festa e a piscina foi enchida e esvaziada pela noite adentro. Teve gente, que foi na minha gaveta apanhar calcinha para entrar na piscina. Com tudo isso, não havia roubo. Era muito engraçado e tudo muito novo. Nessa época ninguém usava droga pesada. No máximo, um baseado, que tb. era uma droga ainda em fase de experimento em Ipanema. Isso, antes do A¹5.

 
ZEPPELIN 

No bar Zepellin, o humorista e um dos editores do jornal O PASQUIM , Jaguar, escreveu em toda a extensão da parede: INTELECTUAL NÃO VAI À PRAIA, INTELECTUAL BEBE
 
 
 
 
JANGADEIRO
 
 
VELOSO

Depois da praia, ponto facultativo: Veloso, esquina da antiga Montenegro com Prudente de Morais. Era uma festa. Às 20 hs, estavamos cheios de chope e areia e nos preparando para os programas que eram vários.

CONTRA CULTURA EM IPANEMA.

Essa não é uma postagem de história da moda. Contarei como vivenciei o movimento da contra cultura e em outro capítulo, a moda em Ipanema nos anos 60, sob o meu ponto de vista pessoal.
Na década de 50, surgiram nos U.S. um dos primeiros movimentos da contra cultura : a "beat generation". Isso, depois de Kerouac escrever "On the road", que já é um marco da liberdade. Keroauc não gostava que lhe atribuisse ser autor dessa geração, mas a maneira que o livro expõe freneticamente a falta de compromisso na  travessia do pais, na Rota 66 e sempre tendo como ponto, as chegadas e saidas da cidade, que é o berço do movimento Hippie: São Francisco, nao resta dúvida que ele era um autor cultuado até hoje. Além de ter sido o maior gato. O movimento hippie começou também nos U.S., mas criou força no Rio, com os Beatles e o rock.
 
JACK KEROUAC
Ipanema, aderiu ao movimento hippie, com muita cautela. Imaginem, quebrar no Brasil, o comportamento careta dos anos 50, apaixonar-se pelos Beatles, comprar no " black market" a pilula anti concepcional (pilula cor de rosa), encurtar as roupas, dançar o twist, hully gully, adorar rock. Era demais! Os homens, então, que até hoje,não deram grandes voltas na moda e comportamento (não sou feminista), deixarem os cabelos crescerem, mostravam que a contra cultura estava entrando, principalmente no Território Livre de Ipanema.

Passeando pelos anos 60

Não poderia falar dos anos 70 sem comentar os anos 60, época do auge da bossa nova, quando tudo começou. Copacabana era um bairro delicioso, bares badalados, onde a fauna se reunia e havia uma alegria natural. Ninguém marcava lugar e hora para se divertir. Iam surgindo umas festas, encontros em bares e todo mundo aparecia. Nessa época não havia compromisso com roupas de grife e ninguém era vitima da moda. De repente, as pessoas simplesmente começavam a chegar. Uns com mini vestidos, outras com vestidões, aparecia gente de chapéu ou apenas enfeites, aqueles exagerados dos sixty. Eu tinha uns brincos em cascatas de cristal preto, inesqueciveis. Toda tarde eu ia para a Galeria de Arte Relevo, perto da Rodolfo Dantas, visitar o meu amigo MATIAS MARCIER, hoje um grande arquiteto. Os artistas pláticos iam chegando, o Angelo de Aquino, o Vergara, Roberto Magalhães e idealistas que hoje são sucesso. O papo ia ficando ótimo e muitas vezes, iamos tomar caldo verde no Beco da Fome. Simples assim... E as noites de sexta no Botlle´s bar e domingo á tarde no Little Club, no lendário Beco das Garrafas, eram programas imperdiveis. Foram nesses lugares que eu vi passar o Copa 5 (tocavam nos 2 lugares). Jamais me esquecerei do Do Um , com aquela cara comprida e de jazzista, o Johnny Alf, Lenny Andrade, a apresentação gloriosa do Jorge Ben no Little Club, o Serginho Mendes, Tom e Vinicius, Ronaldo Boscoli ( Era época e sucesso do Barquinho), o Luiz Carlos Vinhas ao piano (namoramos um pouco), Luizinho Eça. Quanta gente passou por lá... Era uma glória. E o que mais adorava, naquele ambiente de bossa nova e jazz, com muito saudosismo era o inusitado, o novo, a sensação de surpresa e encantamento.


Beth, Marco Luna (já está no andar de cima) e Regina



Beco das Garrafas, na rua Duvivier, em Copacabana RJ


Copa 5 e o famoso Do Um , baterista que fez o maior sucesso nos U.S.


Jorge Ben Jor, na época Jorge Ben


Lenny |Andrade


Luiz Carlos Vinhas


Sergio Mendes


Vinicius e Tom, que não necessita explicação


Luiz Eça



Gustav Klint e o Império Bizantino


O IMPERIO BIZANTINO NA OBRA DE KLINT

Há sete anos atrás, participei de um projeto para a Universidade Veiga de Almeida-Instituto Zuzu Angel. Como sempre fui apaixonada pela obra de Klint, escolhi um tema sobre a influência que o pintor teve no Império Bizantino, em sua fase de ouro. As texturas, bordados e beneficiamentos, tirei inspiração nos quadros Adèle Bloch Bauer I e Judith I. O conceito de Klint era criatividade e riqueza, caracteristicas das roupas e togas desse Império.
Klint, em sueus quadros e na participação na moda, se inspirou em detalhes, enriquecendo com uma modernidade, que até hoje é visivel e atual.
A maioria do meu trabalho foi inspirado no quadro ADELE BLOCH BAUER I, JUDITH I e O BEIJO
Esse trabalho foi supervisionado por Pedro Sayad, Bordados em Minas Gerais e texturas por Benedito Neto.




INDUMENTÁRIAS DO IMPÉRIO BIZANTINO


ADÉLE BLOCH BAUER I


JUDITH I


O BEIJO



TEXTURAS E BORDADOS, CRIAÇÃO DE BETH BRICIO, COM INSPIRAÇÃO NO IMPERIO BIZANTINO NA OBRA DE KLINT








CRIAÇÃO DE ROUPA POR BETH BRICIO







EXPOSIÇÃO BIZANTINA no METROPOLITAN MUSEUM de NEW YORK





Paula Mourão

Fui ver a incrivel coleção de jóias da Paula, em Ipanema, cujo atelier pertenceu ao seu pai, meu querido amigo Caio Mourão. Enquanto todo mundo estava coberto de ouro, Caio inovou com suas jóias de prata e design eternos. Sua filha Paula, herdou o talento do pai e suas jóias são criativas e femininas. O ambiente do atelier é totalmente ipanemense e tudo inspira arte, inclusive as jóias do Caio emolduradas. Ela trabalha com prata, ouro e pedras brasileiras. Um design moderno e algumas peças inspiradas no Império Bizantino. 
Usei nos anos 80, numa recepção, um colar do Caio, roupa toda preta e minimalista. Esse colar está lá até hoje, na parede do atelier. Paula Mourão trabalha em parceria com Livia, sua irmã. Paula criando e Livia com o markenting.





1-A linha Bizantina,em ouro e pedras.
Paula ,quando trabalha com as pedras ela faz o caminho inverso da maioria dos joalheiros.
Ela primeiro escolhe as pedras para depois pensar a jóia,com isto o resultado é sempre harmonico.
Paula naõ forja o desenho á pedra mais sim,usa das linhas e cores delas para dar forma as suas jóias.
1-Anel Pavão em ouro 18k ,andaluzita e opala de fogo
2.Brinco Pavão em ouro 18k,andaluzita , opala de fogo e brilhante
3.brinco Canoa:ouro 18k,peridoto , tanzanitas e brilhante
4.Brinco luso:ouro 18k,agua marinha,topa´zio blue e brilhantes
5.Brinco fada:ouro 18k,ametista,prazolitas,tanzanita e brilhantes
2.Linha Multiplos(cestaria)
Paula,buscou no artesanato popular esta forma,inspirada no trabalho com canudos de jornal,criou a linha multiplos,
deu textura e volume ao metal gerando multiplas possibilidades para uma forma.
Anel multiplo peneira9com um ponto de ouro)
Anel multiplo dobrado
brinco multiplo longo
brinco multiplo unitario
3.Linha Cachos:
A mais recente:
De uma tira única de prata Paula desdobrou  cachos,caracois.,formas orgânicas
.Anel cachos
Pulseira cachos
gargantilha cachos
4.Pulseira fios inspirada nos portões e grades do centro da cidade.























"Quero ser Lisbeth Salander"

Escrevo no meu blog, assuntos para informar ou me divertir. Não está ligado somente a moda, comportamento, etc. As vezes pego um assunto já publicado pela midia para dar minha opinião pessoal.
É o caso desta nova postagem: uma personagem da trilogia Millenium, escrita pelo sueco Stieg Larsson, que morreu aos 50 anos, antes de ver sua obra publicada e não pode gozar do imenso sucesso que causou. Mas o que mais me fascina, é a sua personagem Lisbeth Salander, uma hacker muito irada e "danada de complicada". Ela é diferente, comportamento único, honesta e faz tudo que lhe dá na telha, dentro dos principios que ela própria se deu ao luxo de criar para sua vida cheia de altos e baixos.
Ai vai um trecho de "The girl with dragon tatoo":
"...por mais que Mikael já estivesse acostumado com a capacidade de Lisbeth Salander tenha de se vestir de uma maneira chocante, ficou estupefato ao vê-la se apresentar na sala do tribunal vestida com uma saia curta de couro preto, bainha desfeita e uma regata com os dizeres I AM IRRITADED, que mal escondia suas tatuagens. Usava coturnos, um cinto com tachas e meias americanas listradas de preto e lilás. Estava com uma dúzia de piercings nas orelhas e argolas nos lábios e nas sobrancelhas. Seu cabelo era uma espécie de palha desgrenhada. Usava um baton cinzento, uma quantidade incrivel de rimel preto. Gótica..."
O figurino de Lisbeth Salander, influenciou o mundo da moda, e na famosa cadeia de lojas H & M, foi lançada uma coleção especialmente para agradar as tribos desse estilo.
No filme, Millenium, Lisbeth Salander foi interpretada pela atriz Hooney Mara, que da noite para o dia pisou no Red Carpet.
A personagem do livro, Lisbeth, "odiava os homens que não amavam as mulheres".

Nas suas t-shirts, naturalmente bem rasgadas, algumas das frase que são a cara do figurino

"I am also an alien

Armagedon was yesterday, today we have a serious problem

I can be a regular bitch, just try me

Consider them a fair warming

You have the right to remain silent

Kill them all and God sort them out"




A TRANSFORMAÇÃO E O PERSONAGEM - HOONEY MARA E LISBETH SALANDER

                                  


                                            







DOC MARTENS BOOT






                                           
                               
ILUSTRAÇÃO DE BERTONNI


THE GIRL WITH DRAGON TATOO